Associativismo versus Crise

O Brasil demonstra certo conforto em relação a outras nações no cenário da crise mundial e entidades especializadas fazem até projeções de crescimento. A verdade é que qualquer crise atinge mais quem está despreparado. O empreendedor que usufrui mecanismos de gestão mais adequados tem maiores chances de superar os desafios e de até progredir em cenários como esse. E o Associativismo, mais do que nunca, vem se estabelecendo como uma ótima “vacina” contra crises e outras patologias empresariais.


Bom, mas o que é mesmo Associativismo ? “É uma iniciativa formal ou informal que reúne um grupo de pessoas ou empresas para representar e defender os interesses dos seus membros e estimular a melhoria técnica, profissional e social dos associados”. O conceito veio do espírito humano de união, na vontade e necessidade de pertencer a uma organização mediadora entre o indivíduo e a sociedade. Esse exercício começou com os povos mais antigos, quando saíam em busca de alimento ou de abrigo, para sobreviver.


Hoje, tanto para pessoas quanto para empresas, o associativismo tem se demonstrado condição basilar para a sobrevivência em um ambiente extremamente dinâmico, de incertezas e alta competitividade. Especialistas afirmam que vivenciamos a “era do associativismo” em que o empreendedorismo organizado é a mola propulsora para o avanço socioeconômico, colaborando para condições mais igualitárias entre pessoas, entidades e até países.
O Brasil é apontado como o terceiro país no mundo na estimativa do número de empreendedores (GEM-2008), atrás de Índia e EUA, porém, tem um dos maiores índices de mortalidade empresarial nos primeiros anos de atividade. Uma das configurações mais bem sucedidas e apontadas pelo SEBRAE como grande aposta é o empreendedorismo associativista. Baseado no CEMPRE (Cadastro de Empresas), existem no Brasil quase 400 mil organizações sem fins lucrativos que empregam cerca de 2 milhões de pessoas assalariadas além dos voluntários.


Todo associativista, principalmente o empresarial, tem evidentes vantagens ou benefícios que assegurará mais sustentabilidade no exercício de sua missão social, como:  Melhor acesso a informações (Mercado, técnica, crédito, etc.);  Capacitação profissional coletiva;  Parcerias e convênios;  Maior poder de negociação;  Equipamentos de propriedade e uso coletivo;  Desenvolvimento do Marketing coletivo e regional;  Desenvolvimento de pesquisa tecnológica e mercadológica;  Maior representação junto aos órgãos públicos e outras entidades;  Participação mais efetiva nos diversos setores da sociedade; etc. Essas e outras possibilidades, aliadas a uma atuação profissional e focada na satisfação dos parceiros e Clientes, permitem estabelecer a imensa força e o sucesso do associativismo que faz do empreendedor o verdadeiro gerador de riqueza em cada cidade do país, vigorando a vocação e a expectativa de mais desenvolvimento.


É altamente provável que o país vença essa primeira crise do século XXI. E para espantar as outras crises e contratempos que possivelmente virão, é necessário que cada um faça a sua parte. Os Governos de todo o mundo e nós, como cidadãos e empreendedores, devemos exercer também a nossa missão e de preferência unidos e focando a nossa realidade local. É necessário estimular a formalidade e o associativismo empresarial. Mutum tem cerca de 400 empresas formais e dessas 20% são associadas e é importante acrescer esse número ainda mais.
Crises, desafios e outras “doenças” corporativas acontecem com freqüência e devemos estar sempre bem preparados. É fato que sozinhos temos “baixa imunidade” e que precisamos lutar mais pelas semelhanças do que pelas diferenças. O país e a nossa cidade precisam de pessoas que acreditem no associativismo, que percebam que empreendermos juntos é o melhor negócio e que valorizem essa forma de representatividade e se tornem os agentes de transformação da sociedade. Sucesso !!!